sábado, 27 de maio de 2017

Cerveja Joaquim: unindo trash metal com bons livros e discos!

Joaquim Session IPA, adquirida na livraria e degustada em casa
Em Curitiba, na região central, bem perto do prédio histórico da UFPR, funciona a simpática e autêntica Joaquim Livros & Discos. Trata-se daqueles espaços que, antes de tudo, é um símbolo de resistência. Em um mundo cada vez mais dominados por vendas online e grandes redes de livrarias, vejo com muito bons olhos os espaços cujos vendedores são, antes de tudo, "livreiros". Fazem questão de conversar com os clientes, conhecem o que estão vendendo, tem conhecimento sobre os autores e também sobre aqueles discos de vinil que estão à venda. 

Foi esse cenário que acabou conquistando Leonardo Barzi. Baixista que trouxe pra Curitiba a Mercy Killing, uma das mais tradicionais bandas de trash metal do Brasil, quando veio de Salvador pra cá no início dos anos 2000,  Leonardo se identificou com esse espaço quando garimpava vinis e tornou-se um assíduo frequentador da Joaquim, chegando a levar a banda para tocar nesse pequeno mas aconchegante espaço (frequentemente a  Joaquim promove shows e bate-papos com artistas dos mais diversos naipes - procurem o canal "Joaquim Apresenta" no Youtube). Pode-se conferir a apresentação do Mercy Killing na Joaquim aqui: https://www.youtube.com/watch?v=vSHhNuzfwhw

Apresentação do Mercy Killing na Joaquim (Leonardo Barzi é o primeiro à esquerda) [1]

Paralelamente, ele, que até então não tomava cerveja, passou a apreciar cada vez mais o vasto universo cervejeiro em Curitiba. Enquanto preparava o disco da Mercy Killing, fez amizades no estúdio com uma galera que estava fazendo cerveja. Foi o impulso que faltava. No final de 2013, sua esposa adquiriu um kit de fabricação baseada em extrato na Bil Bil Beer (loja especializada para quem quer fazer cervejas em Curitiba) e com o tempo e ajuda de seu "guru" Vinícius Brandão, Leonardo passou a mexer com receitas all-grain até chegar a produzir cervas para pessoas de fora. 

Aproveitando-se da relação que tinha com o staff da Joaquim, Léo resolveu disponibilizar algumas de suas cervejas na  livraria para testar a clientela. Primeiro com The Weizen Zone e a Charlie Brown Ale e a Let's Rock Rock Wear (batizadas para celebrar o que ele gostava de assistir na infância). Como deu certo, surgiu a ideia de fazerem uma produção exclusiva, denominada Joaquim, uma Session Ipa, estilo conhecido por ser uma versão de IPA com menor graduação alcóolica, alta drinkability e corpo médio para baixo. Com 5,5% e bastante equilíbrada, achei que a Joaquim (cerveja) bem dentro do estilo, recomendada inclusive para cervejeiros iniciantes. 

Rótulo criado pelo Léo para a Imperial IPA [2]
Interessante que o estilo adotado que atiçou minha curiosidade tenha sido uma Session Ipa, um dos estilo mais leves do universo da Ales, contrastando com o som pesado (e com letras críticas) da Mercy Killing. Mas seu rol de cervas é mais amplo, sendo que até agora já fez, além da Session IPA, 4 receitas de Weizen, 3 de Red Ale, uma Strong Blond Ale e deve engarrafar uma Imperial IPA e outra Robust Porter, que já possuem um rótulo que leva o nome da banda. Léo ainda toca blues e classic rock na Brown Sugar. 

Por fim, percebe-se que cerveja artesanal pode sim harmonizar muito bem com o mais puro trash metal. Que o Léo continue fazendo essa ponte entre o bom e velho rock'n'roll com as as cervejas nacionais em uma livraria das mais autênticas. E espero poder degustar as mais pesadas em breve. 



Notas

[1] Foto acessada em https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&ved=0ahUKEwjm7Y2nxZDUAhUBOJAKHSn_AtAQjhwIBQ&url=https%3A%2F%2Fwww.youtube.com%2Fwatch%3Fv%3DvSHhNuzfwhw&psig=AFQjCNFThTnrEot3NhX0S_f_9dJYcbu8aA&ust=1495990569896333
[2] Imagem divulgada pelo Leonardo Barzi




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