domingo, 14 de maio de 2017

Destroy #17: quando o graffiti se encontra com a cerveja artesanal

Capa da Destroy #17

No início do mês de maio foi lançada a revista Destroy #17. Trata-se de uma publicação que tem como objetivo divulgar o graffiti em Curitiba. Feita com material gráfico bem elaborado, tem uma tiragem de 300 cópias, cada uma costurada à mão. Com detalhes na capa em serigrafia, a revista conta ainda com uma fotografia revelada em papel na folha de rosto. No exemplar que comprei, fui presenteado com a imagem de uma frase da escritora Giovanna Lima (assina G.L.), pintada em muro: 

Foto impressa na revista (papel fotográfico) com imagem de escrito da G.L.

Enfim, uma publicação autêntica e diferente que, para mim, serve para desmistificar um pouco o universo do graffiti, ajudando a vê-lo sem o filtro preconceituoso da mídia tradicional que nada entende da linguagem e da demanda da população jovem que reside nos bairros mais periféricos dos grandes centros.

Para quem, como eu, que não entende muito de graffiti e de arte nas ruas, recomendo se despir de preconceitos e conhecer as histórias de quem está nessa. E para isso, desde 1998, a Destroy tem prestado um excelente serviço. 

Entre seus relatos divulgados, é possível perceber que o graffiti é um caminho a ser seguido dentro do ambiente de quem nasce estigmatizado por uma sociedade classista e racista. É uma forma de expressão por parte daqueles que cresceram levando geral da polícia, tendo que se acostumar com uma repressão naturalizada inclusive pelos meios de comunicação tradicional. 

Artigo sobre a cervejaria Xamã
E o que a Destroy e a divulgação da arte das ruas tem a ver com cervejas artesanais? A resposta está no fato de que nessa publicação, há espaço para um breve relato da história da Cervejaria Xamã orgulhosamente assinada por mim. Depois que conheci não só suas cervejas, como também sua história e cheguei a apresentá-la aqui no Blog, o trio cervejeiro responsável por ela me convidou para essa nobre tarefa.

Com a experiência de uma cervejaria que sempre desenvolveu suas produções através de parcerias com coletivos culturais, quem sabe em breve não teremos outra cerva deles que busque dar sabor à arte do graffiti. Aguardemos... 

Enquanto isso, vale a pena conhecer a Destroy, disponível em seis locais em Curitiba (ver na sua página no Facebook), incluindo simpática Joaquim Livros & Discos (rua Alfredo Bufren, 51, no centro de Curitiba), que sempre priorizou a divulgação de cultura na cidade, inclusive com bate-papos com artistas dos mais diversos, como com o André Abujamra há uns meses (quando estive presente). Vale a pena passar lá para conhecer não só a Livraria, mas adquirir a Destroy e outras publicações referentes ao tema, como o livro "Espelho da Cidade", organizado por Cimples, um dos responsáveis pela Destroy.

Aliás, a Joaquim Livros & Discos passou também a fazer suas próprias cervejas, ainda que edição bem limitada. Presenteado pela Carol, minha esposa, estou com uma Session IPA na geladeira aguardando para ser degustada em breve. Assim que tomá-la, divulgarei aqui. Mas boa coisa deve ser...

Session IPA da Joaquim Livros & Discos


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