Ipa da Opa Bier, degustada no Psicodália em copo durável |
Nesse carnaval estive no Psicodália, festival multicultural que ocorre anualmente em uma fazenda no pequeno município catarinense de Rio Negrinho, divisa com o Paraná. Trata-se
de um evento único, onde mais de 6000 pessoas abrem mão de qualquer luxo para acampar em um ambiente de paz, respeito e harmonia. Contando com mais
de 50 shows, que vão desde artistas promissores como Grand Bazaar e Francisco El Hombre, até outros bem consagrados
como Ney Matogrosso e Erasmo Carlos, o festival ainda conta com outras
atividades como uma tirolesa, uma trilha para bela cachoeira, um lago, cinema, teatro e oficinas das
mais diversas atividades.
Além de práticas diárias de yoga, tai chi chuan e kung ku, havia ainda oficinas relacionadas com bem estar, como bordados, biodália, hambúrguer caseiros e....cerveja artesanal (entre outras). Como carnaval e cerveja têm tudo a ver, minha ideia inicial era aproveitar minha estadia lá para fazer essa oficina de modo a obter pegar dicas interessantes, fazer novos contatos e repassar a experiência para os leitores do blog. As informações básicas sobre a oficina podem ser vistas aqui: http://www.psicodalia.com.br/atracao/cerveja-caseira-sem-complicacao/ Entretanto, com número limitado de vagas, eu não consegui em
inscrever a tempo e acabei perdendo a oficina. Uma pena, mas a vida que segue e fui atrás das cervejas que
tinham disponíveis
Como
se tratava de um evento multicultural mais alternativo, não havia aquela figura de patrocinadores,
tão comuns em shows e outros espetáculos do gênero, normalmente implicando em monopólio de marcas do grande capital, impostas ao público. Desse modo, mantendo o espírito do festival, o Psicodália não tinha qualquer
restrição em relação à entrada de alimentos e bebidas. Mais um ponto
positivo para o festival, pois pude levar umas cervas que bem entendesse.
Dentro
do espaço comercial do Psicodália (bares), entre as cervejas disponíveis tinha Heineken em lata e chopes da Opa Bier. A Heineken
eu considero uma das melhores alternativas dentro do escopo das American
Standard Lagers mais comerciais por não ter os tais “cereais não maltados” que
transformam a cerveja em algo insosso e sem sabor. Mas não é dessas cervejas que vou abordar aqui, obviamente, pois não teria muito a acrescentar.
Quero aproveitar para falar da opção de cerveja mais artesanal que tinha por lá: a Opa Bier. Trata-se uma
cervejaria artesanal originária de Joinville (SC), a 90 km do Psicodália, que iniciou suas atividades em 2006 e
cresceu muito nos últimos tempos. Atualmente, pode-se dizer que a Opa exerce um
certo protagonismo não só em Joinville, mas em todo estado de Santa
Catarina.
Dentre as três opções disponíveis no festival pela Opa (Pilsen, IPA e Porter), acabei optando pela Ipa. Embora não
tenha um amargor tão acentuado como outras do mesmo estilo, o resultado não decepcionou, pois seu final mais maltado do que outras IPAs acabou combinando bem com o calor que estava fazendo, tornando-a mais leve e refrescante. Dentro do espírito proposto para o festival, para evitar utilização de copos descartáveis, cada um adquiria seu próprio copo durável para usar o tempo inteiro (ver foto). Enfim, foi ótimo contar com
cerveja desse naipe em um festival localizado em local mais isolado, apesar do preço não ser dos
mais atraentes (R$ 13,00 o copo de 350 ml).
Em
seu site, entre outras informações interessantes, a Opa se apresenta como a cervejaria que buscou resgatar a tradição cervejeira da cidade, apresentando um breve histórico de outras cervejarias artesanais na história de Joinville. Devido à sua colonização alemã,
há uma certa tradição em cervejarias na cidade, que teria se iniciado em 1852, com a Schmalz, considerada
a primeira cervejaria artesanal de Santa Catarina. Essa cervejaria pioneira utilizava milho em sua
composição devido à dificuldade de se plantar cevada por aqui ou de importar a matéria prima naquela época. Ainda no século XIX, surgiram outras na cidade, como a Kuhne, a Berner
(originalmente Rischbieter Brauerei de Blumenau) e a Tiede. Já no século
XX, surgiu a Catharinense, posteriormente vendida para a Antarctica.
Além
de recuperar histórico de antigas cervejarias joinvillenses, o site da Opa
ainda disponibiliza um blog com informações interessantes relacionadas à
cerveja, como escalas de amargor, harmonização, além de histórico de suas
cervejas. Vale a pena um passeio por lá.
Cervejaria Opa no Pórtico [1] |
Depois do sucesso da Opa, Joinville tem experimentado um boom cervejeiro e outras artesanais tem surgido por lá, como a excelente Mad Dwarf, com uma vastíssima carta de cervejas que pude experimentar recentemente, levado por minha irmã e meu cunhado (cervejaria que merecerá uma postagem específica).
Nota: [1] Foto obtida em to obtida em http://worldwide.chat/DJ_Sunset-Bar_da_F%C3%A1brica_OPA_Bier-12_08_2016/K5jk7NK7gR0.video
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