Cartaz do filme "Os Novos Mestres Cervejeiros" (Netflix) |
Hoje
gostaria de indicar o filme “Os Novos
Mestres Cervejeiros” (1), disponível no Netflix, para todos aqueles interessados na revolução em curso da cerveja artesanal (trailer: https://www.youtube.com/watch?v=mJjTyz9aEsI).
Trata-se de um documentário que aborda o universo e os bastidores de cervejeiros artesanais em
diferentes cidades dos EUA (nós não estamos sós!). Tendo como fio condutor a luta e empenho pessoal
para a construção da Black Shirt em Denver (Colorado), o filme discorre sobre a emergência e o fortalecimento de
cervejarias artesanais naquele país, transcendendo o aspecto da cerveja em si e de suas qualidades, para identificar a filosofia por trás desse movimento. Os casos relatados abordam diferentes áreas dos EUA, passando desde Chico (Califórnia), na costa
oeste, até Boston (Massachusetts), no extremo oposto da costa leste. Um dos casos abordados é da
cervejaria Schlafly, que em 1991 teve a audácia, digamos assim, de se
estabelecer em Saint Louis (Missouri), justamente a cidade onde funcionava a sede
mundial da Budweiser (hoje Anheuser-Busch InBev - AB Inbev, a gigante do
setor que dispensa apresentação).
Na frente da Schlafly, em Saint Louis, com meu cunhado. |
A partir de um velho e abandonado barracão de Saint Louis, a Schlafly se instalou mesmo diante de
perspectivas nada favoráveis (como é que enfrentariam a fortíssima Budweiser no seu próprio quintal?). Entretanto, conseguiram se
estabelecer e hoje suas cervejas como a Pale Ale e a Dry Hopped Apa (entre outras tantas) tem fãs não
só locais como no mundo inteiro, como eu aqui.
Em 2013 tive a oportunidade de
conhecer pessoalmente essa cervejaria quando fui visitar minha irmã que reside em Saint
Louis. Depois de devidamente apresentados a suas maravilhosas cervejas por meu cunhado, eu
e minha esposa tivemos o privilégio de conhecermos a fábrica da Schlafly.
Schlafly degustada em seu copo adquirido na fábrica |
No
local, hoje já bem estruturado, funciona um restaurante com uma vasta carta de
cervejas da Schlafly no barril, ou, como se diz em muitos lugares, on tap (2). Depois de almoçarmos no
local, fizemos um tour, fomos apresentados à sua história
e pudemos degustar diversos tipos de cervejas fabricadas no local. Confesso que fiquei encantado na época pela Dry Hopped Apa. Uma explosão de lúpulos, que concilia alto amargor com um final muito agradável. Como bons
turistas cervejeiros, ainda saímos do local com alguns souvenires, tais como
copo tulip, camiseta e bolachas para copos (além, é claro, de algumas garrafas).
Esse
turismo cervejeiro é algo que, definitivamente, merece atenção especial. Aqui
no Brasil, pouco a pouco, as cervejarias artesanais têm percebido a importância
desse aspecto. Em Curitiba, cervejarias como a Bodebrown, Way e Klein, entre
outras, desenvolvem atividades turísticas, aspecto que merecerá postagens específicas mais adiante. Mas ainda assim há muito a ser feito nesse sentido. Com um número de
adeptos cada vez maior, a cultura cervejeira artesanal tem sim um imenso potencial
turístico a ser explorado. A revolução artesanal também é turistica.
Exposição de itens que fazem parte da história da Schlafly |
Por fim,
outro aspecto que chama atenção no documentário “Os Novos
Mestres Cervejeiros”, é que a região onde a Schlafly se estabeleceu era até então uma
das mais desvalorizadas de Saint Louis. Com o sucesso dessa cervejaria (contrariando as expectativas negativas), ocorreu um processo de transformação
urbana nas redondezas que teve como vetor principal justamente a instalação da cervejaria. Ou seja, a audaciosa
atitude de ser criadores resultou não apenas em novas opções de boas cervejas,
mas também na valorização urbana daquela parte da cidade. Ainda bem que seus
criadores não se intimidaram diante dos obstáculos e
insistiram no sonho. Os consumidores como eu agradecem.
(1) Original em inglês: "Crafting a Nation"
(2) Para quem não é habituado com o universo cervejeiro artesanal, vale a pena conhecer essa explicação sobre o que diferencia cerveja engarrafada daquela que está no barril. Nem sempre a que está na garrafa é pasteurizada (que poderia fazer com que ela perdesse um pouco do seu frescor) assim como nem sempre a que é servida diretamente do barril não é pasteurizada. Para entender um pouco mais: http://www.felicidadeliquida.com.br/2015/03/o-mito-da-cerveja-on-tap.html
(2) Para quem não é habituado com o universo cervejeiro artesanal, vale a pena conhecer essa explicação sobre o que diferencia cerveja engarrafada daquela que está no barril. Nem sempre a que está na garrafa é pasteurizada (que poderia fazer com que ela perdesse um pouco do seu frescor) assim como nem sempre a que é servida diretamente do barril não é pasteurizada. Para entender um pouco mais: http://www.felicidadeliquida.com.br/2015/03/o-mito-da-cerveja-on-tap.html
Grandes lembrancas ... Tem outras no cenario pra voce voltar..
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