sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Witbier em Pato Branco e outras surpresas em uma oficina mecânica.

Mecânica Meat'n Beer em Pato Branco, PR

Em viagem de trabalho na região sudoeste do Paraná, estive uns dias em Pato Branco. Trata-se de uma agradável cidade de aproximadamente 75.000 habitantes, terra natal do Rogério Ceni e do Alexandre Pato. Mais conhecida pela sua colonização de gaúchos e pelas ruas floridas do que por ser também terra de cervejas artesanais, cheguei à cidade sem maiores perspectivas.

Mas bastou um passeio pela cidade e uma pesquisa no Google para descobrir que a revolução das cervejas artesanais fincou sua bandeira por essas terras também. Depois de passar por um barzinho que tinha chope da Insana (cerveja artesanal da Palmas, cidade perto de Pato Branco), me animei para pesquisar um pouco e descobri um bar especializado em cervejas artesanais chamado MecânicaMeat‘n Beer, que possui seis torneiras com variadas cervejas artesanais (além de bons hamburgers). Para que é adepto da boa cerveja artesanal, é fundamental encontrar bares como esses, pois são os locais onde encontramos aquelas que, devido à pequena produção, ainda não engarrafam. 

Cervejas disponíveis no dia em que estive no Mecanica Meat'n Beer
Deixando de lado as boas cervejas da Bierbaum de Treze Tílias (porque essas eu tenho oportunidade de tomar em outros locais), optei por começar os trabalhos com uma produção local de Pato Branco: IPA Jardim Elétrico, da Tomeini. Bem lupulada como uma boa IPA deve ser, o simpático nome remete a uma antiga banda de rock da cidade de Pato Branco que, por sinal, carrega o nome de um dos discos dos Mutantes, em uma clara demonstração de qual som era sua boa influência. Pelo que pude descobrir, ela foi feita por um dos integrantes da banda que resolveu homenageá-la com sua IPA. Já o nome da banda refere-se ao clássico disco dos Mutantes. Confesso que não conhecia, mas fui pesquisar e gostei do que ouvi. Lembra muito conjuntos de rock psicodélico dos anos 1970 (recomendo a canção Benedicto para conhecer: https://www.youtube.com/watch?v=IJBwHT8JDrc). O produtor dessa cerveja é um dos integrantes da banda. Enfim, a Jardim Elétrico IPA é mais uma prova de que a boa cerveja costuma estar acompanhada pela música de igual qualidade (1).


Jardim Elétrico dos Mutantes, que inspirou a banda de Pato Branco, que batizou o chope IPA

As outras duas que tomei são feitas em Curitiba mas por um cidadão de Pato Branco. Trata-se da Bertol que até então não conhecia. Primeiro experimentei a âmbar lager, bem maltada, com aquela cor clássica que caracteriza essa cerveja de boa drinkability.

Siciliana Witbier
Para finalizar a noite, a grande surpresa da noite: Siciliana Witibier. O aroma de limão siciliano já se destaca antes mesmo do primeiro gole (trouxe lembrança olfativas de caldo de cana com limão que tomava quando era criança, bem lembrado por um amigo presente). Trata-se de uma witbier que utiliza casca de limão siciliano ao invés da casca de laranja junto com a semente de coentro. Ou seja, uma cerva fiel ao clássico e refrescante estilo belga, mas que conseguiu, através de uma pequena adaptação, surpreender com um resultado magnífico.  Deu vontade de parabenizar o fabricante pessoalmente por essa obra prima, mas infelizmente ele nem página em redes sociais mantém. Mas vou pesquisar mais descobrir mais detalhes. Para quem estiver ingressando na cervejas artesanais, as witbier estão sempre entre as melhores opções por sua leveza e refrescância.


Fui embora antes de experimentar todas que desejava. No final, incluíram entre as opções uma Thai Weiss com gengibre da Barco Brewers que me deixou curioso. Fica para a próxima.

A história do bar é um capítulo a parte. Isabella e Raphael “Cherpa”, após engravidarem, resolveram que era hora de largar o estresse e insegurança da cidade grande em Curitiba e partir para uma vida nova em uma cidade com melhor qualidade de vida, mas que ainda tivesse opções para lazer e educação. A escolhida foi Pato Branco, onde encontraram em uma velha oficina mecânica um local ideal para que fosse devidamente adaptado para se transformar na cervejaria Mecânica Meat’n Beer, contribuindo para a difusão da cerveja artesanal. Com um ambiente que, mesmo repleto de artigos antigos e quadros de rock, consegue ser clean, acertaram em cheio a mão na decoração também. Enfim, muito bom ver a cultura cervejeira artesanal expandindo suas fronteiras além das capitais. Isso sim é o verdadeiro espírito da revolução artesanal. Que esse espaço tenha sucesso! 

(1)    Para conhecer mais sobre a Tomeini: https://www.facebook.com/TomeiniCervejasEspeciais/

Um comentário:

  1. Excelente post Paulo! Obrigada por dividir! Andei bastante por essas terras ha uns 10 anos e e' muito bom saber das boas novidades por la! Parabens a voce e ao Parana!

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