terça-feira, 4 de julho de 2017

Revolucionários Artesanais - Henrique Cruz "Giraia"

Henrique Cruz "Giraia", na brassagem

Hoje começaremos aqui a série Revolucionários Artesanais, que apresentará perfis de cervejeiros que têm desenvolvido um trabalho importante na divulgação da cerveja artesanal de diversas formas.

Há cerca de três meses, curioso a respeito dos concursos cervejeiros e incentivado pelo amigo cervejeiro já premiado Leonardo Soares, acabei me inscrevendo em um grupo de estudos para avaliar cervejas pelo Guia Beer Judge Certification Program - BJCP. Trata-se de uma galera que realiza encontros quinzenais para degustar de 7 a 10 cervejas de diferentes estilos visando preencher a súmula da BJCP e, em seguida. compartilhar as impressões e avaliações. Além de aprimorar a percepção em relação a cada estilo, serve para aprendermos mais ainda sobre suas características e nos atualizarmos com o Guia 2015. Esse grupo começou se reunindo na Masmorra e, posteriormente, migrou para a Mr. Hoppy.

E quem organiza isso tudo, correndo atrás das cervas, reservando espaço, juntando a grana da galera para compras, tirando cópias das súmulas, etc? É o Henrique Cruz, conhecido como Giraia, cervejeiro, juiz BJCP e figura cada vez mais conhecida no meio.

Grupo de Estudo para juízes da BJCP, organizado pelo Giraia

Certamente por trás disso, tem uma motivação muito particular. No caso do Giraia, o interesse por cervejas especiais e artesanais  começou entre 2006/07, quando foi fazer um intercâmbio na Bélgica por um programa do Rotary e conheceu de perto uma das principais escolas cervejeiras do mundo. Anos depois, já de volta à Curitiba, formado como tecnólogo em jogos digitais, passou a realizar diversos cursos na área cervejeira, a começar pelo já reconhecido curso de produção de cerveja na panela na Bodebrown em 2013 e o de Sommelier de Cervejas da Universidade Positivo (onde atualmente leciona). Depois disso, fez ainda diversos cursos pontuais, com destaque para a Pós graduação em Gestão e Tecnologia Cervejeira.

As duas cervejas da Hump já lançadas
E junto com o interesse, foi crescendo sua efetiva participação na divulgação do movimento cervejeiro. Em 2016, durante  o South Beer Cup, motivado por Fernanda Lazari da Morada Cia. Etílica (microcervejaria de Curitiba),  participou de uma competição de plano de negócio de cervejas. Foi quando surgiu a ideia de desenvolver a marca Hump, cujo nome decorre de histórias que escutava de Guilherme Comineze durante a pós em relação a um amigo de seu pai que criava camelos em Curitiba (isso mesmo!). Com o segundo lugar obtido na competição, Giraia se motivou ainda mais, contratou um designer e levou o projeto da Hump em frente até que em abril conseguiu lançar dois estilos: American Pilsner e American Pale Ale através de uma parceria com o Clube do Malte. Eu mesmo tive a oportunidade de degusta-la na Masmorra a versão no barril e gostei muito. O objetivo dele agora é finalizar questões legais e de investimento para regularizar o processo de produção e distribuição.

Paralelamente ao seu gosto por fazer cervejas, surgiu o interesse em julgá-las e, consequentemente, o interesse em se aprofundar na BJCP. Em 2015, quando  mandou amostras de suas cervejas caseiras pela primeira vez, passou a estudar para avaliar as cervejas e desde então, sempre que pode tem participado de concursos. Aprofundou seus conhecimentos, passou na prova da BJCP e começou a atuar também como juiz. Por ora, como Certfied (com 78 pontos), mas aguardando novos resultados, acredita passar logo dos 80 pontos, visando se preparar para a prova de NationalUma dificuldade para ampliar não só a sua participação, mas a de outros juízes bem qualificados é o aspecto amador, que faz com que cada um tenha sempre que arcar com os custos dessas participações, sem que os concursos banquem sequer hospedagem ou transporte, algo que já ajudaria muito.

Foi a partir desse seu comprometimento com concursos e com a melhoria de julgamentos que resolveu incentivar a formação de novos juízes através da criação de grupos de estudo (como esse que estou participando) ou até mesmo constituindo cursos específicos. 

Logo da Confrades
Com o perfil dinâmico característico dos protagonistas do cenário cervejeiro, em meados de 2016, quando seu colega (e agora sócio) LG o procurou apara promover um evento cervejeiro, surgiu a ideia de constituir a Confrades Beer Club.

Depois de um tempo moldando o projeto, agora - na metade de 2017 - a Confrades está saindo do papel. O objetivo da Confrades é ser uma espécie de hub cervejeiro, interligando a rede cervejeiras e realizando eventos como, por exemplo, atendimento a eventos in company , cuja demanda é cada vez maior.

Sob a cabeça criativa de Henrique Cruz, a ideia é criar uma espécie de clube, com uma anuidade para quem quiser ser membro e obter vantagens como descontos em estabelecimentos cervejeiros parceiros, além de oferecer uma vasta quantidade de cursos de diversas duração para todos os públicos, sempre focados no universo das cervejas. De fato, hoje há uma lacuna em relação a esses cursos básicos, já que o mercado oferece apenas algo mais específico, como curso de sommelier, que leva 40-50h aula.

Ou seja, temos no Giraia um personagem que joga nas onze: faz cerveja, julga a qualidade, dá cursos e organiza eventos no cenário cervejeiro. Que toda essa energia do Giraia contribua ainda mais para canalizar forças em torno da verdadeira revolução das cervejas artesanais em curso.  


Nota: todas as fotos foram obtidas na página do facebook do Henrique Cruz:
https://www.facebook.com/giraiacruz/photos_albums?lst=1157563379%3A100000608827247%3A1499220426


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